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  • Foto do escritorThais Paiva

Projeto Social recebe estrangeiros na cidade de São Paulo

Mexicana é uma das intercambistas que veio para ensinar inglês e espanhol em ONG na Vila Umarizal

Para a Revista Acontece


Longe do centro da cidade, a ONG CCA Quadrangular abriu suas portas para receber até agosto intercambistas de todo o mundo que realizam um projeto social com as crianças que ali frequentam.


Organizado pela AIESEC, movimento que tem o objetivo de desenvolver a liderança jovem por meio de intercâmbios, Camila Dalcin, líder de projetos para Intercâmbios Sociais, nos explicou que os projetos são desenvolvidos de acordo com as necessidades da ONG. “Os projetos tem que ser alinhados com o que eles precisam. Por exemplo, em ONGs com crianças podemos trabalhar com todos os projetos, o desenvolvimento desses projetos e companhia de jovens de diversas culturas podem gerar um impacto maior na vida delas.”


Um dos quatro projetos que acontecem nesse período na cidade é o X4Change, que se baseia em ensinar idiomas, tanto espanhol quanto inglês, assim assegurando a educação inclusiva e de qualidade e promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida.


Conversamos com Adriana Santabárbara, mexicana de 24 anos que trabalhou no projeto por seis semanas. “Eu escolhi esse projeto principalmente porque gosto muito de trabalhar com crianças, em segundo lugar porque me interessa aprender idiomas e o português é um dos meus objetivos”. Em seu primeiro dia de trabalho não foi direto para as aulas, pois no planejamento do projeto está a exposição de culturas diferentes além do ensino, e foi assim que começou o contato. Contou que levou doces mexicanos e cada criança reagiu de uma maneira.

Porém, ela sente que a primeira impressão que gerou foi muito além do sabor prazeroso ou não. “Nós, quatro meninas, duas mexicanas, uma peruana e uma boliviana, chegamos e nos apresentamos; eles, as crianças, nos olhavam estranho, porque falávamos em espanhol, e outros com curiosidade. Desde aí acredito que começa um impacto porque se dão conta que do outro lado do mundo as coisas são diferentes”. Ela acredita que essa divergência de culturas é o maior impacto que causou, comentou como as crianças necessitam que sua curiosidade seja aguçada por mais. “O objetivo desse projeto é ampliar o panorama das crianças, fazer eles saberem que tem todo um mundo para conhecer e não é precisa viajar para ele. Que aprender uma língua diferente te pode abrir portas. E que outros lugares se interessam pela sua cultura, a cultura brasileira.”


Para Adriana o que surpreende na capital é a desigualdade social. “O contraste é tanto que me tocou ver um dia um bebedouro em um bairro rico e ver em um bairro pobre um senhor que pediu agua à mim e minha amiga, nos assustamos porque pensamos que nos iria assaltar, quando só pedia agua, não pudemos negar e eu me perguntei ‘Por que não põem bebedouros aqui também para eles?’ Recursos tem! Essa desigualdade é um problema porque, a meu parecer, São Paulo não é uma cidade pobre, Brasil não é pobre, tem todo necessário para que sua gente, toda sua gente, viva bem. A importância de colocar atenção nas crianças é vital para que em um futuro São Paulo seja capaz de combater a violência que se vive não apenas na cidade, como no país.”


Adriana foi simples quando questionada como seu trabalho mudou a cidade, disse que acredita ter sido pouco, mas o importante é contribuir com seu ‘grão de areia’, acredita que o mais importante é o maior número de pessoas estarem levando a sério projetos como esse e que em um futuro darão resultados. Sobre como mudou o lugar que trabalhou, relata que sua maior alegria foi ver que quando os novos intercambistas chegaram as crianças já não os achavam diferentes, os olhavam com entusiasmo e muitas perguntas.


Do Brasil ela leva um pouco de sua história, a alegria, a simpatia das pessoas que encontrou no caminho, o ritmo das músicas e a deliciosa comida. “Além disso levo com muito carinho as lembranças de muitos pequeninos e o desejo de que os pais de muitos deles mudem e lhes deem a atenção que necessitam.”


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