As verdades sobre essa divisão e suas áreas!
Em nossa trajetória estudantil somos apresentados à três realidades: as ciências exatas, humanas e biológicas; nossos estudos se dividem entre matemática, biologia e português. Porém, as graduações parecem não seguir exatamente essa ramificação e isso acontece porque os acadêmicos preferem usar outros termos para distinguir essas categorias da estrutura científica: as Hard Sciences, ciências duras, e as Softs Sciences, ciências suaves.
Sendo assim, é importante entender essa divisão e o que cada área abrange, antes de escolher sua carreira. Vamos lhe contar também o que é verdade e o que é não é sobre essas ciências.
Afinal, o que são Hard e Soft Sciences?
A história da ciência e da humanidade correm atreladas. Nos primeiros anos de descobertas científicas, tudo girava em torno do objeto estudado, suas funções, fonte e regras, e a única relação dos intitulados cientistas quanto à sociedade era discutir seus papéis e paradigmas dentro da mesma.
A princípio, a primeira proposta de uso dos termos hard sciences e soft sciences foi de Thomas Kuhn em sua produção A Estrutura das Revoluções Científicas (1994). Ele propôs a divisão entre as ciências ligadas à tradição acadêmica anglicana, seriam as hard sciences, e as ligadas à academia francesa, as Soft Sciences. Em poucas palavras, a bifurcação dividia as ciências que estudavam o passado e o presente das ciências que, com uma nova descoberta, focavam em pensar nas melhorias futuras.
As Hard Sciences
As hard sciences são ligadas às áreas de estudos matemáticos, exatos e orgânicos. Fala-se muito sobre números, experimentos científicos e verdades absolutas. Quem escolhe trabalhar nessa área precisa ter muito enfoque em ser objetivo e desenvolver modelos científicos. Dentro desse grupo se encaixam, por exemplo, as graduações de Matemática, Química, Engenharias, Astronomia e Biologia, ou seja, as ciências da natureza como conhecemos melhor.
Além disso, uma curiosidade sobre as hard sciences é sua relação com a “fronteira do conhecimento”. Para exemplificar, vamos trocar fronteira por barreira. Nas hards sciences a cada barreira que você ultrapassar, a última ficou para trás e já não existe mais. É isso que os estudiosos da área fazem com experimentos científicos, a cada nova descoberta eles abandonam a fase anterior considerando-a inválida ou ultrapassada, o foco é trabalhar pensando no futuro e como melhorar nossa realidade.
As Soft Sciences
Do outro lado do âmbito científico, estão as softs sciences, as que preferem os fenômenos sociais. Estudando-as você vai se deparar com discussões sobre sentimentos, relações pessoais e interpessoais e vai aprender a lidar com o desconhecido. Exemplos de graduações dessa área são: Psicologia, Pedagogia, Antropologia, Letras e Sociologia.
Relembrando a analogia das “fronteiras do conhecimento” usada para as hard sciences, as soft sciences desconhecem essas fronteiras. Cada experimento é ímpar e possui suas condições únicas, nada deixa de ser verdade como também não é a última etapa. Afinal, nas ciências humanas não existe verdade absoluta! Quem trabalha com soft sciences monta modelos teóricos baseados em pensamentos, leituras, percepções e pontos de vista: cada teoria existe em seu próprio contexto.
O mito acerca das ciências
Agora precisamos falar sobre o maior mito que existe envolvendo as hards e soft sciences: “soft” não é sinônimo de “simplicidade”. Apesar de uma tradução literal dizer que “soft” é mole ou suave, as softs sciences não são assim. Um especialista da área vai se deparar com um trabalho árduo de experimentos controlados, modelos matemáticos e análises estatísticas. Os problemas sociais são tão amplos e sérios quanto problemas matemáticos. As ciências humanas trabalham buscando melhorias para a crise econômica, saúde pública, pobreza, política e em esferas pessoais como depressão, ansiedade e hiperatividade.
É claro que as comprovações em cada área são diferentes. Isto é, as hards sciences trabalham com valores exatos e respostas de sim ou não, enquanto as soft sciences geram resultados calculados com médias e teorias. Da mesma maneira que não há como viver sem os professores, uma profissão das ciências humanas, não podemos ficar sem os médicos, uma profissão das ciências da natureza. Esse é mito que precisamos responder: as soft sciences não são moleza!
As personalidades para cada ciências
Você provavelmente se identificou mais com uma do que com outra, pode ter se imaginado como um grande astrônomo descobrindo os mistérios de galáxias inexploradas ou como um psicólogo criando um novo método de tratamento para a depressão. Não importa qual a área, se você busca entender onde se encaixa e qual a melhor carreira para você, trouxemos algumas dicas.
Por certo, o estudante das hard sciences tem que se relacionar bem com números e lógica, afinal muitos de seus estudos vão se basear nessa metodologia. Se você gosta de buscar soluções, é objetivo e estratégico, então sua personalidade lhe diz que deveria seguir nessa área. Não esqueça que: você vai trabalhar com verdades absolutas e exatas, mas há sempre como melhorar e ultrapassar a “fronteira do conhecimento”.
Em contrapartida, o estudante que sonha em seguir carreira com alguma das softs sciences, você tem que sempre estar preparado para outra pergunta e encontrar outra pergunta dentro da solução. Seus melhores amigos vão ser os livros e teorias complexas. Um cientista dessa área precisa ser empático, ter o desejo de conhecer e compreender outras culturas e desenvolver sua inteligência emocional, é importante saber lidar com o diferente e com conflitos.
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