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  • Foto do escritorThais Paiva

Vanessa Kirby impressiona com sua atuação carregada em Pieces of a Woman

O filme, produzido pela Netflix, trata de assuntos difíceis, carrega um ar sombrio e tem a atuação de Kirby como destaque

Mulheres são fortes, determinadas, preparadas, motivadoras e líderes. Ser mãe é uma dádiva proporcionada apenas ao sexo feminino. Por quê? Não dá para saber. Há muitas coisas na vida que não sabemos a resposta; todo dia incidentes inevitáveis e inexplicáveis acontecem; há anos o mundo faz as mesmas perguntas repetidamente. O filme “Pieces of a Woman” (2020) não traz respostas e nem soluções. Traz visões e retratações do que é viver.

Conhecida por interpretar a Princesa Margaret nas primeiras temporadas de The Crown (2016 – presente) — além do destaque em “Missão Impossível – Efeito Fallout” (2018) e “Velozes & Furiosos: Hobbs e Shaw” (2019) –, Vanessa Kirby é a protagonista e sustenta o filme que gira em torno da sua batalha pessoal. “Pieces of a Woman” é seu grande trabalho, aquele que muda a carreira de atores e atrizes. Com essa atuação, Vanessa concorreu ao Globo de Ouro, ao BAFTA e concorre ao Oscar como “Melhor Atriz”.

“Pieces of a Woman” é um filme duro, triste e difícil, tudo isso reforçado pela paleta de cores escuras, trilha sonora baixa e calma e interpretações de Shia Labeouf e Ellen Burstyn (atenção para a maravilhosa cena de seu monólogo). A sinopse do filme já deixa claro a abordagem sobre o luto de perder um filho, assunto que traz à tona sentimentos angustiantes, principalmente para pessoas que, infelizmente, passaram por situações como essa.

A primeira conexão que temos com Martha, a personagem principal, é justamente no seu trabalho de parto. São cerca de 30 minutos dedicados a retratar essa experiência. A ideia brilhante de gravar este momento como uma única cena ininterrupta traz a sensação de pertencimento e de verdade, como se estivéssemos ali vivenciando junto o misto de sensações: dor, alegria, ansiedade, desconforto, desespero. Yvette, o bebê, chega a nascer, mas morre alguns minutos depois. Assim, iniciamos a trajetória de luto que esta mãe percorrerá.

Não há dúvida de que esta é uma obra filosófica e psicológica. O maior objetivo é fazer os espectadores refletirem sobre as dores, as conexões humanas, relacionamentos e o quanto é difícil lidar com situações dolorosas. Vanessa surpreende com sua atuação: a personagem esconde e reprime os sentimentos de tristeza dentro de si, começa a agir com frieza, mas a atriz nunca deixa os olhos de tristeza caírem ou perderem a força. O trabalho de atuação dela é completo, corporal, vocal, facial e tão real que nos causa desconforto, é triste observar as cenas e sentir a dor da personagem.

É de se imaginar que houve muita preparação da atriz para esta obra e para retratar um assunto tão delicado. Aos que forem assistir, é necessário também um preparo, o longa pode ser doloroso ou trazer lembranças ruins. Porém, aos que apreciam um trabalho memorável de drama, vale a pena conferir Vanessa Kirby e sua atuação.

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