top of page
  • Foto do escritorThais Paiva

Os 7 de Chicago: Uma obra necessária e verdadeira

O longa dirigido por Aaron Sorkin traz ótimos atores, uma história arrepiante, mas carece em aprofundamentos e guarda os melhores momentos apenas para o final


Os 7 de Chicago (2020) retrata uma história real e cativante de diferentes pessoas que participaram de uma grande manifestação contra a Guerra do Vietnã, em 1968, e acabaram sendo acusadas de conspiração contra o governo dos Estados Unidos. Produzido pela Netflix, o filme está concorrendo ao Oscar nas categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Montagem”, “Melhor Ator Coadjuvante” para Sacha Baron Cohen, “Melhor Roteiro Original”, “Melhor Fotografia” e “Melhor Canção Original” por “Hear My Voice”. A direção e o roteiro ficaram por conta de Aaron Sorkin, ganhador do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por A Rede Social (2010) e roteirista de Steve Jobs (2015) .

O longa possui um ótimo time de artistas, com destaque para Eddie Redmayne, já conhecido do público com seu estilo próprio de atuar; Jeremy Strong, que entrou na pele de seu personagem Jerry Rubien; e Sacha Baron Cohen, pilar do filme interpretando Abbie Hoffman, um personagem surpreendente por seus desdobramentos e personalidade que vamos conhecendo ao longo do filme. Além deles, temos Joseph Gordon-Levitt interpretando o promotor federal Richard Schultz que poderia ter sido mais aproveitado para exibir um outro lado da história.

Logo nas cenas iniciais, há um trabalho notável para explicar os fatos históricos que antecederam, as motivações e, principalmente, apresentar o grande número de personagens. A transição de cenas para este feito é algo a ser apontado como ponto positivo para o filme. Primeiro, são apresentados os jovens universitários com um belo discurso, então vemos os Yippies como os hippies que são; David Dellinger aparenta ser um homem mais velho e mais responsável e, por fim, vemos os negros que acabaram de vivenciar anos históricos ainda com sede de justiça.

A montagem do filme, intercalando cenas do julgamento com flashbacks dos ocorridos, apresenta o enredo de forma didática e clara, o que é válido, mas também faz o filme ficar lento por alguns minutos. O momento rock n roll da batalha do morro tem o encaixe perfeito para adicionar adrenalina aos espíritos revolucionários, mas a verdadeira emoção do filme fica reservada para os últimos minutos apenas. O filme demonstra querer falar sobre as questões sociais, mas também discutir sobre as personalidades e a humanidade dos personagens, assim o roteiro vai se equilibrando entre esses dois aspectos.

Por fim, é preciso apontar como acerto o fato de a obra ser realista quando não tenta tornar ninguém um completo herói, mas sim demonstrar suas lutas por justiça junto com seus sentimentos, impulsos e pretextos. O filme traz a essência do que é a vida real: uma mistura de erros, acertos, conflitos psicológicos e as divergências de uma sociedade. Não acredito que este será o filme ganhador nas categorias que está concorrendo, mas isso não tira a qualidade e, muito menos, a necessidade desta obra para a sociedade, hoje e no futuro.

10 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page