top of page
  • Foto do escritorThais Paiva

As mesmas dúvidas ainda em 2049

Atualizado: 4 de jan. de 2021



O novo filme adaptado do livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?” trouxe as velhas questões do filme anterior como também novas para instigar o novo público. Dirigido por Denis Villeneuve, é perceptível como o diretor respeita o trabalho de Ridley Scott e cria algo parecido. É um filme com história de detetive, com mais características de um filme noir do que um de ficção cientifica (faça uma comparação com Star Trek), exemplo o protagonista-narrador, ambientes sombrios, presença de uma femme fatale e o desenrolar da história ser em perspectiva criminal.


Diferente do primeiro, agora o protagonista tem consciência de ser um replicante e algumas questões do filme giram em torno disso. A discussão sobre as memórias e como um ser humano depende delas para realmente ser quem é, ou de contrário não se sente personificado, é muito bem retratada com ele correndo atrás de descobrir sobre sua própria. A relação com Joi, um holograma que acaba sendo a consciência com mais vivacidade no filme, mostra como no futuro o falso é o que traz mais felicidade.


O filme acaba sendo norteado pela discussão de como é a sociedade dividida entre o natural e o artificial; momento decisivo para a abertura da investigação do filme e para o começo das teorias, é quando K encontra a maleta de ossos, após executar a missão de aposentar um replicante que antes de morrer diz que K mudaria sua forma de ver tudo se testemunhasse um milagre como ele testemunhou (nossas mentes já começam a imaginar) , e descobre serem pertencentes há uma mulher que morreu no parto e utilizando um microscópio ele lê o número de série em um osso, provando que é uma replicante.


Priorizando desenvolver as filosofias e não responde-las, o filme mostra ser mais sobre K encontrando sua humanidade do que o esperado encontro com Deckard. K se vê numa situação que vai além de sua programação binária, e então começa a questioná-la e ir contra sua obediência programática. Quando descobre sobre o bebê e associa-o com a memória, K passa a ser Joe, e a acreditar ser essa criança, cria esperança, algo que move o ser humano. O encontro fica para a parte final do filme, Joe, e todos que assistem, tem certeza que é o filho de Deckard e Rachael, mas então o roteiro foge do usual e todos descobrem que, na verdade é uma menina e ela até já havia aparecido.


Após um momento de breve ação entre, o confirmado replicante, Joe e, o não tão confirmado, Deckard, vem a cena de maior emoção e perfeição do filme que acontece no mar. O clímax é com, a extremamente replicante e nada humana, Luv que é derrotada por Joe em momentos de pura tensão que misturam planos, efeitos visuais e sonoros incríveis. Então, Joe leva o pai para conhecer a filha e morre após cumprir sua missão e provar sua humanidade. A última cena deixa aquela situação de final aberto, com uma proposta de terceiro filme (se couber e for propicio para os bolsos dos produtores), mas sem uma necessidade grande.


O filme caminho de uma maneira lenta, sempre abrindo um grande período para observação e reflexão, assim divide as opiniões. As pessoas que gostam, citam como a filosofia prende e elas conseguem ou procuram entender e acompanhar as sensações e pensamentos do protagonista. Porém, quem não tem interesse nesse estilo de filme e apenas procura uma ação ou romance, acaba não apreciando.


Entretanto, todos concordam que Roger Deakins fez um trabalho fantástico; a direção de fotografia se dedicou a criar cenas cheias de detalhes onde o espectador passa um tempo analisando os ambientes, a situação e a atmosfera escura e triste. Juntando as cores, os detalhes, a música, a tensão é sentida até por alguém que não está entendendo o filme.


6 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page